segunda-feira, março 31, 2008

está de volta

Na semana em que está em Portugal e lança o novo disco "Maré", convém mencioná-la. Adriana Calcanhotto, aqui noutras andanças (ainda não há nada novo no youtube, é pena) e um pouco desafinada talvez da nervoseira, com a Bethânia. Numa das suas canções mais memoráveis. Vale a pena ver...

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sexta-feira, março 28, 2008

O conservadorismo português

Três estranhas notícias que ilustram a boa vontade dos portugueses em não mudar nada.

Mulheres são raras na Gestão executiva - representam 5,7% do total dos administradores em Portugal. O poder continua a ser invisível para as mulheres, por muito que o realmente o detenham. É por isto que votaria na Hillary - precisamos de mais expressão.

Parlamento chumba divórcio - a proposta do BE de o divórcio poder ser efectuado a pedido de um dos cônjuges (acabando com o divórcio litigioso) foi chumbada. Num outro artigo, sobre o mesmo assunto, no jornal Destak, lê-se que o PS considera inconstitucional acabar com o divórcio por razões subjectivas. Talvez o pessoal do Direito entenda isto, mas para mim parece-me uma bizarria. Pedem-se razões objectivas para casar? Se calhar é inconstitucional casar por amor.

O presidente do Comité Olímpico Português opta pela neutralidade - deve ter sido o que pensava Salazar em relação aos nazis, embora estivesse mesmo do lado deles. O boicote é político, diz o senhor, e não desportivo. Pois é com certeza político e então? A abertura não é propriamente um evento desportivo, mas simplesmente simbólico. É exactamente essa carga simbólica que a China não merece e que é necessário boicotar. Mas os portugueses são muito respeitadores daquilo que cada um faz nas suas casas... Não gostam de se meter, nem saber, só de coscuvilhar. 

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segunda-feira, março 24, 2008

Passar a vida à espera de uma buzinadela




Vem do Líbano e leva-nos para algures em Beirute. Mulheres tão bem retratadas, com tanto humor e verdade, com uma universalidade espantosa. Os rituais e os costumes são diferentes, mas não há nada muito diferente nas expectativas e emoções destas libanesas. Cheio de cor, beleza e riso, a festa aí está. A verdadeira festa da mulher.
A ver, para nos reconhecermos, Caramel de Nadine Labaki.

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quinta-feira, março 20, 2008

Até parecia fixe mas afinal não

Cavaco Silva declinou convite para ir à abertura dos Jogos Olímpicos.

Por causa dessa notícia, ainda imaginei que me podia congratular com o nosso presidente, mas afinal não foi tomada de posição nenhuma sobre o Tibete. Foi só uma questão de agenda.

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Um caminho paralelo

Tenho um novo blog, complementar a este. Ainda não sei bem no que se tornará exactamente, mas será sobre "coisas que me entram pelos olhos adentro". Ainda está numa fase experimental.

Entretanto, mantenho este meu bombazzine cada vez mais meu, vivo como vou vivendo. 

Espero que apreciem.

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quarta-feira, março 19, 2008

sapatos vermelhos

Gosto desta nova miúda da música portuguesa, a Rita Redshoes. O que é estranho é que o que gosto mais é lembrar-me os Abba. Provavelmente sou a única que ouve tal coisa na música da RRS, mas que fazer? Lembra-me Abba e, pior, já ouvi outras e lembra-me de novo. Mais bizarro é eu não conseguir detectar porquê.


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terça-feira, março 18, 2008

uma nova criatura

As novas criaturas dão-nos esperança e luz. Abençoam este lugar com alegria e beleza.
Neste dia, quero desejar todas as felicidades à minha amiga margapinta e à sua nova luz. Bem hajam! 

segunda-feira, março 10, 2008

diferenças

Numa altura em que todos estamos de olhos postos nas primárias dos democratas norte-americanos, esperando que daí saia o próximo Presidente dos EUA, sabendo que a sua eleição influenciará as coisas no mundo...

Numa altura em que 100 mil professores fazem uma manifestação histórica e o primeiro-ministro desvaloriza...

Vale a pena pôr os olhos neste senhor aqui ao lado, que continua a colocar Espanha à frente e que ontem, no seu discurso de vitória, fala como gostaríamos de ouvir falar por aqui. Eu, pelo menos, virava socialista num instantinho.



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sábado, março 08, 2008

o mundo feminino

Hoje é o Dia Internacional da Mulher. Em 2008, ainda se ouvem os tais comentários habituais a questionar sobre a necessidade de um dia destes. Como ouvi hoje um senhor que ia comprar flores para a “namorada”, que perguntava à florista em tom gozão se havia um dia do homem, enquanto ia soltando frases romântico-pastoris como “nós sem as mulheres não éramos nada”.

A primeira resposta para o senhor estava mesmo à sua frente: o valor comercial do dia. Já assistimos há algum tempo a este fenómeno de despolitização de um dia ainda (e durante muito tempo parece-me) tão necessário. Dar e receber flores nunca fez mal a ninguém, mas quando acontecimentos como este tentam ser protagonistas da “mensagem” deste dia, exortando o “mundo do feminino”, com os seus tratamentos de beleza, a última tendência da moda, os conselhos para a maternidade, as melhores receitas e ainda dicas para o sexo, algo está intrinsecamente podre. Não tenho nada contra tais temas, se pudesse passava todo o santo dia no spa (pronto, é exagero, mas é para dar mais ênfase à argumentação) e quem me dera surpreender diariamente tanto na cozinha como na cama. E vai-se a ver esta é mais uma tendência do capitalismo – há mais empowerment de um determinado grupo social quanto maior for o seu poder de compra e, vá lá, já uma minoria de mulheres que tem capital social.

Mas o “mundo do feminino” está longe de se restringir ao simpático enclave criado este fim-de-semana no Centro de Congressos de Lisboa. Está à porta de casa, dentro de casa, nos empregos, nas prisões... e isto só para falar em Portugal porque, se formos ao resto do mundo, feel woman não uma feel good sensation - é motivo de ódio, violência, diminuição, discriminação, ausência de direitos sociais e políticos. A nível global, nascer mulher é ainda a maior das fatalidades. E não são as "coitadinhas do 3ºmundo", somos nós, nós todas que estamos lá.

Ontem, sairam duas notícias no Público sobre a "nossa" realidade, a portuguesa. Uma enunciava aquilo que já todos ouvimos centenas das vezes: que as mulheres recebem muito menos que os homens com a mesma qualificação, que continuam dependentes financeiramente em muitos casos dos seus companheiros, alimentando esta sociedade viciada no poder fálico. Ao sistema do feel woman não deve preocupar muito, porque sabe-se lá os homens eventualmente abrirão os cordões à bolsa para "aperfeiçoar" as suas esposas. Outra anuncia o inimaginável: as reclusas em Portugal não têm direito a visitas conjugais, talvez porque se calhar só os homens terão desejo sexual, vá necessidades.

São apenas duas notícias, a que poderíamos com certeza acrescentar dezenas só deste cantinho do mundo civilizado. Há um Dia Internacional da Mulher, porque milhares, milhões provavelmente, de mulheres lutaram ao longo de séculos e milénios por um mínimo de igualdade entre géneros. Porque, ainda nas primeiras décadas do século XX, eram negados às mulheres os direitos de votar, de exercer uma profissão, de ser autónoma na sua vontade, numa palavra o direito à liberdade.

Podem criar todos os produtos dedicados à figura feminina, venham eles!, podem fazer o que quiserem todo o ano, mas raios parta honrem este dia, porque ele tem um propósito. E não é um fácil. É o mínimo que podemos fazer por todas as mulheres e todos os homens que lutam e lutaram por uma sociedade melhor e mais justa.

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