quinta-feira, janeiro 11, 2007

A história a acontecer

A um mês do referendo, as coisas agitam-se. Há 15 movimentos pelo não e 5 pelo SIM. Sinal do capital ou do fanatismo aliado ao não. Mas a chamada Sociedade Civil mexe-se, alia-se, activa-se, reúne-se.
Quando se discute o aborto, até mesmo entre partidários da mesma posição, os olhos abrem-se, as veias incham, as vozes alteram-se. Já assisti muitas vezes. Já o fiz ainda mais vezes.

Quando andava no 7ºano, lembro-me de me ter exaltado tanto num debate na sala de aula por causa da questão do aborto que percebi que aquela raiva duraria muito tempo. Enquanto houvesse pessoas capazes de defender a santa vida em detrimento da saúde, da paz e principalmente da vontade. Nessa manhã, há mais de quinze anos, antes de ter chegado à escola, tinha ouvido na rádio uma história de maus tratos infantis. Dessas mesmas histórias que se ouvem agora. Falei disso no tal debate com miúdos de 13 anos, em que a maior parte manifesta indiferença e há dois que se decidem confrontar e um deles (neste caso eu) está disposto a tudo. Percebi que a minha raiva iria durar muito mais.

A minha posição sobre o aborto é obtusa, é apaixonada, é cega. Está longe de cumprir com a livre troca de ideias. No entanto, graças a esta palhaçada do referendo, obrigo-me a sentar e a tentar falar de forma correcta para as pessoas sobre este assunto.

Aqui, não preciso de o fazer. Posso-me espumar à vontade. Vamos acabar de uma vez com esta merda, com esta vergonha, com esta hipocrisia, com esta violência, com esta carnificina! Vamos matar esta lei. Vamos dizer SIM, vamos mudar. É tudo o que quero. Eles que se preparem.

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1 Comments:

At 11/1/07 5:43 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Sim ao Aborto!!!!! Estou farta de casos de maus tratos, de pobreza, de fome, de tristeza, de merda atrás de merda por causa de ua lei estúpida

 

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