terça-feira, dezembro 05, 2006

Dia 2 non smoking

A coisa torna-se deveras uma experiência. Ao segundo dia, começam os enjôos e a última coisa que me passaria pela cabeça era que deixar de fumar tinha algo de nauseante. Mas, de facto, tem.
Acordo mal-disposta e a sensação perdura quase todo o dia. Mantém-se a ligeira tonteira geral, agravada em certos momentos com tonturas a sério.
É quase impossível trabalhar. Não tenho concentração para tanto, dói-me a cabeça. Tenho vontades repentinas de chorar, embora não me sinta triste.
Ao contrário do que pensava, digo a toda a gente que estou a deixar de fumar. É incontrolável. Não digo à Inácia, a senhora que há quase quatro anos me tenta desviar para o caminho do bem e me impedir de fumar. A ela não digo porque seria demasiada pressão. Também não digo nada ao puto, quando o vejo à noite.
Ainda durante o dia, sou confrontada com a possível estupidez de tudo isto. Por que não fazer as coisas de forma mais fácil? Com adesivos, comprimidos, qualquer coisa. Na verdade, não sei bem responder a essa pergunta. Mas algo em mim me diz que é mais que puro masoquismo. Atravessar isto deve ter um significado qualquer, mesmo que neste momento não o entenda e na verdade ache tudo um verdadeiro disparate, porque quase que perdi o norte em relação a isto. Na verdade, esqueci-me simplesmente porque estou a deixar de fumar. Mas confio que alguma razão deverei ter.
Dou uns bafos antes de sair do trabalho.
O serão passou-se razoavelmente bem, mas com a companhia do cachopo a coisa faz-se melhor. Depois de ele dormir, fico com a certeza que se tivesse tabaco em casa, um já ia. Aliás procuro-os, mas por sorte só tenho um charuto, quase branco de humidade. Olho para ele, mas não me considero assim tão mal para recorrer ao charuto. Ainda não.
Vou para a cama cheia de sono, por volta das onze. Às três ainda estou bem acordada. Não me sinto ansiosa, simplesmente não é possível dormir na segunda noite sem fumar. Estranhamente calma e resignada com a situação, vou bebendo água e esperando que o corpo se canse da situação. Adormeço finalmente, a única coisa que desejo desde que estou acordada é que estes dias de ressaca passem.

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4 Comments:

At 5/12/06 10:49 da manhã, Anonymous Anónimo said...

E vão passar e depois contentes vamos pedir mesa para não fumadoras ui ui

 
At 5/12/06 1:16 da tarde, Blogger ana said...

go go go!

 
At 5/12/06 7:21 da tarde, Blogger Mary_lucifer said...

Isso do estou a deixar de fumar não ajuda. é melhor tentar dizer eu não fumo mais. Psicologia barata mas a mim ajudou. Comprei um maço de tabaco e ainda hoje ando com ele na carteira intacto. Até sabe bem, quanto à ressaca, bem não há nada que o tempo não cure

 
At 5/1/07 10:33 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Tou na mesma situação vou no dia 5 sem cigarros e ainda me esta a custar como o primeiro, quanto tempo sentirei esta ressaca?

resh@maquina.com
Miguel Rodrigues
Almada

 

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