terça-feira, outubro 31, 2006

Tempos

Como é que antigamente, antes de haver carros e carroças, as pessoas andavam de um lado para o outro?

Esta foi a pergunta. Fácil a resposta. À partida. A pé ou a cavalo ou num burro...

Mas e quando não havia animais...

Tururu, fácil, fácil. A pé, se não havia animais, andavam a pé...

Mas então quando essas pessoas estavam com pressa ou atrasadas para chegar, o que é que faziam?

Pronto, safo-o a ele com a resposta balbuciante e lixo-me já eu agora a mim com perguntas. Dantes as pessoas não tinham tanta pressa em chegar aos sítios... as distâncias eram diferentes para eles. Quando estavam atrasadas, não estavam tão atrasadas como nós... o tempo era muito diferente do tempo de agora...

Entre gaguezes minhas, perdeu o interesse. E eu pus-me a pensar em como ele, e também eu já agora, nascemos num tempo em que a noção de pressa e de atraso estão quase sempre presentes. Já acordamos a correr. Chegamos ao sítio antes ou depois do combinado, por diferença de mais ou menos minutos, telefonamos para fazer o status report da nossa localização actual, pomo-nos em marcha, seguimos os horários, tentamos cumpri-los, aceleramos, fazemos tempo.

Pus-me a pensar em como a vida, de tão rápida, não passou a ser mais longa, nem sequer mais curta. De como minutos nos podem impacientar em oposição aos anos de paciência de antigamente. Em como perdemos a esperança se não recebemos um sms no tempo certo e em como era possível esperar meses por uma carta.

Pus-me a pensar no amor e como a urgência podia durar uma vida, ou umas quantas nossas. Pus-me a pensar no tempo e apeteceu-me descansar um bocadinho.

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3 Comments:

At 31/10/06 8:13 da manhã, Blogger ana said...

:D que lindo post!


e ainda por cima acho que a paciência é um valor maior. o julio machado vaz é que disse uma vez, citando alguém que não me lembro, que o amor é uma longa paciência.

 
At 31/10/06 12:36 da tarde, Anonymous Anónimo said...

a verdade é que nos dias que correm já nenhum Bicho grande nos vai comer vivos ou assim e em princípio uma constipação já não nos mata mas não é à toa que se continua a sentir 2que a vida são 3 dias"...

não tivessemos tanta consciência da morte iminete e talvez desse para ser paciente no amor, talvez, mas que sei eu, eu sou a urgente no amor, no tudo ou nada agora, eu cá não espero e também não quero ser esperada porque se não estou lá neste instante é porque não devo lá ir parar Nunca!

 
At 2/11/06 10:54 da tarde, Blogger ana margarida said...

Olha eu até comentava, mas estou com pressa para ir fazer um post meu e depois umas tarefas que delineei. Portanto o comment fica para quando tiver mais disponível, sim?

 

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