Combater o lado efémero do virtual
Disse-se hoje numa reunião. Achei bem.
E, no entanto, não consigo deixar de postar, de ver o email, de usar o messenger.
Será eterno?
posted by ana vicente @ 6:35 da tarde
14 comments
bombazzine
Agora em versão ferrugem. Liberdade, conforto e estilo. Um blog a favor de joelheiras e cotoveleiras, porque a protecção também é importante. Coçado, mas duradouro e com rendas nas bainhas.
sexta-feira, novembro 04, 2005
E, no entanto, não consigo deixar de postar, de ver o email, de usar o messenger.
Será eterno?
Acerca de mim
- Nome: ana vicente
- Localização: Lisboa, Portugal
Ana Vicente nasceu em Lisboa em 1977. É licenciada em Filosofia pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Dramaturga desde 1997, é autora do texto do espetáculo “Rua de Dentro”, pelo Teatro O Bando, nomeado para “Melhor Texto Português representado” dos Prémios Autores de 2011 da Sociedade Portuguesa de Autores. Colaborou com diversos criadores e grupos de Teatro, entre os quais Gustavo Vicente, Miguel Moreira e Susana Vidal. É autora do livro Eubarratubarramim, editado em 2003 pela Ponta, Associação Cultural com o apoio do IPLB, sendo a sua primeira obra de ficção publicada. Escreveu o conto Erropção para o primeiro número da Revista Base, em 2005. in_temporal_2012 é a sua primeira publicação online.
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14 Comments:
Não sei se é eterno mas ter-te nesses formatos é-me essencial. Tu fica sugadita e não largues isso. Além disso tem o valor que lhe quisermos dar mesmo que dure só um dia. (Chiça, pareço o anúncio da vodafone...)
sandera
O que é que não é efémero? Parece-me um trabalho inglório tentar combater o lado efémero do que quer que seja (a começar pela vida). Como é que se combate a natureza de qualquer coisa?
(Para te dizer a verdade esta frase parece-me um bocado parva. Pretenciosa.)
inês, la primita.
a prima é que sabe.
Peço desculpa pelo erro (imperdoável!):
Pretensiosa (e não Pretenciosa)
inês, a prima.
Estava aqui a pensar que tinhas exagerado na palavra imperdoável. E comecei a tentar pensar em algo que fosse realmente imperdoável. E neste momento não estou a ver nada. Até trair a confiança de alguém pode ser perdoável. Tudo tem a capacidade do perdão, parece-me. Mesmo as coisas mais terríveis ou inomináveis.
Imperdoável não sei o que será...
E, sim, a frase fora do contexto é um pouco pretensiosa. Mas eu usei-a aqui a meu belo prazer.
A pessoa que a disse é tudo menos pretensiosa.
É "obibidente" (isto quer dizer, óbvio e evidente nas palavras de um professor que tive na escola secundária) que o "imperdoável" foi uma hipérbole. É que eu tenho fama de ser mais papista que o papa nesta coisa da língua e uma pessoa não pode deixar que a sua imagem vá assim por água abaixo.
Concordo contigo. Tudo pode ter capacidade de perdão.
De qualquer maneira este assunto -combater o lado efémero do que é efémero - interessa-me e podiamos discorrer mais sobre o tema.
bisous da prima.
pois, com certeza, parece-me bem.
o que é efémero foi a pergunta que fizeste e, aí, acertaste na mouche.
pois claro que efémero é tudo isto que vivemos, aqui neste mundo e nesta vida. e a nossa luta (humana) é contra essa efemeridade, seja pelo esperma e pelo óvulo, seja pela arte ou pela obra, pela terra e pelo amor. por essa marca que fique.
por isso combater o lado efémero é mantê-lo vivo. só que há coisas deste mundo desta vida que, pelo seu carácter profundamente efémero (paradoxo?), são anti-vida. até nos podem matar e destruir qualquer possibilidade de permanência.
eh pá, a primeira coisa que me lembrei quando li a palavra "efémera" foi da frase do sérgio godinho "a vida é feita de pequenos nadas"
não acho que as coisas por serem efémeras tenham menos valor, pq deixam marcas, ficam lá, são os tais pequenos nadas.
gosto quando consigo dar valor às coisas efémeras.
Sim, é uma qualidade da vida, a efemeridade.
Mas, ao valorizá-las, estamos a dar-me mais qualquer coisa, estamos de alguma forma a anular o seu carácter efémero. Passam a fazer parte de nós, coisa também efémera, mas também mais possível de permanecer noutros ou nas coisas, igualmente efémeras.
ou seja, a vida é feita de pequenos nadas, a eternidade é feita de pequenas efemeridades.
há coisas que sabemos efémeras e sabemos gozá-las.
há coisas que pensamos durarem mais um pouco, e por isso temos medo que sejam efémeras.
tudo tem o risco de ser efémero, tudo tem o risco de não o ser. o que eu ainda gostava de aprender melhor é a lidar com os riscos, tipo à neo, no matrix... vrum
Continuas com o godinho e, então, digo-te: o coração é incapaz de dizer tanto faz.
O tanto faz é o efémero.
não percebi a referência ao matrix, ó engenheira!
pfff que desvalorização do efémero, que pena! ainda por cima gosto tanto do anúncio da efémera da voda-coiso-que-aqui-não-se-pode-fazer-publicidade!
olha, oh filosofa, fica sabendo que no matrix o neo se desvia das balas, e é uma imagem bem cool para nos lembrarmos em dois momentos: quando nos sentimos agredidos por alguma coisa (pode ser um medo qq, tb)e nos queremos desviar dessa coisa; quando estamos embriagados pela música e nos apetece dança-la de uma forma "diferente" (cuidado com as quedas pra trás)
O matrix também é sobre o efémero.
Gosto da coreografia. Keep on dancing, isso sim é importante!
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