quarta-feira, junho 14, 2006

Reflexões sobre o código

Finalmente fui ver o dito filme. Gostei da trama, que não conhecia, e principalmente da ideia que a sustenta. E não digo mais nada sobre o filme, a não ser que não me chateou nada e não percebo por que é que chateia tanta gente.

Duas questões no entanto pendem sobre mim:

1. Por que é que substituíram a tórrida cena no livro de despedida entre os dois personagens (que a prima gentilmente me leu) por uma cena fraquíssima em que o homem dá um beijo na testa à sujeita? Parece que ele, completamente paternalista e cheio de pudor, se paralisa perante a descendente de Cristo. Como se ela fosse intocável... muito foleiro.

2. Qual será (ou seria) a perspectiva do Priorado de Sião sobre a Homossexualidade? Pela forma como abordam a ligação masculino/feminino, não dão muita margem de manobra à coisa, parece-me. No momento em que uma pessoa pensa ai que fixe, uma teoria cristã que assenta parte do seu poder religioso na mulher no caminho da defesa dos oprimidos, logo a seguir pensa ups, espera aí, mas mas mas e então masculino e feminino, feminino e masculino, masculino e feminino,... e as restantes variáveis?

É só uma ideia.

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10 Comments:

At 14/6/06 4:10 da tarde, Blogger ana said...

1. uma torrida cena com o tom hanks? ahahahahahahah

2. não li o livro, mas pelo filme pareceu-me que o feminino e o masculino podem (devem, num ser "perfeito") existir dentro de uma mesma pessoa (ou então tou a confundir com o filme "maria madalena") ou seja, no fundo mesmo uma relação homossexual pode ser heterosexual e uma heterosexual pode ser homosexual, pq na verdade... aiaiaia, acho que me fiz entender. ehehe, ou seja, não há qq julgamento à volta disso

 
At 14/6/06 4:17 da tarde, Blogger ana vicente said...

1. bem visto.

2. não percebi nada do que escreveste. e também não li o livro.

2.1. até percebi, mas acho que eles não dizem isso.
2.2. não percebi nada a parte da relação homossexual ser heterossexual e vice-versa.

 
At 14/6/06 4:24 da tarde, Blogger ana said...

bom,deve ter sido no filme maria madalena que falaram deste assunto. a ver se me consigo explicar bem
丟失在翻譯丟失在翻譯丟失在翻譯丟失在翻譯丟失在翻譯

pois, não tou a conseguir.

mais um esforço

1. o feminino e o masculino são complementares
2. numa mesma pessoa existe o masculino e o feminino
3. um mundo "melhor" será obtido se se compreender esta complementariedade, sem necessidade de uma das facetas se sobrepor a outra

tendo em conta esta teoria simples, não há qq oposição à homosexualidade.

sei lá eu!

 
At 14/6/06 4:27 da tarde, Blogger ana vicente said...

ah bom, assim sim.

 
At 14/6/06 6:03 da tarde, Blogger bárbara said...

tanto quanto pude apurar, o "priorado do sião" é uma tanga.
mas a questão do masculino/feminino como oposição à homossexualidade é pertinente. concordo com a ana, cada um de nós tem o masculino e feminino em si. quando soubermos viver em paz com estes dois lados de nós mesmos, alcançaremos uma "terceira via", onde estes nomes, homossexual, heterossexual, deixarão de fazer sentido.

quanto à conversa da "descendência de cristo", considero-a uma falsa questão. pois se o senhor era o primeiro a dizer que somos todos irmãos, que sentido faz termos um tratamento especial para com os "descendentes de cristo"? uns são mais irmãos irmãos que outros?
enquanto olharmos uns para outros e vermos apenas "o filho deste", "o primo daquela", "a sobrinha do outro" e não como verdadeiros irmãos, não chegaremos longe.

 
At 14/6/06 9:12 da tarde, Anonymous Anónimo said...

o filme assim comassim já durou 2 h e meia... parece-me que explorou o suficiente eheh!
;-)

 
At 14/6/06 10:10 da tarde, Blogger ana said...

barbara! tou contigo, tb estranhei tanta importância dada à descendência de cristo. a unica justificação seria que a personagem da testacurta, como a vicente lhe chama, serviria para provar que jesus tinha feito amor com uma mulher. so what?

 
At 15/6/06 12:44 da manhã, Blogger ana vicente said...

para dizer a verdade também acho que esses conceitos (homo/hetero/bi/auto) estão (ou podem ser) ultrapassados.

De qualquer modo, essa ideia de feminino e masculino também poderá está-lo. Acho estranha (na nomenclatura) essa distinção entre lado masculino e feminino (principalmente porque não é estanque e as suas fronteiras não são nítidas). Mas de um modo geral concordo contigo, bárbara.

Ana, so what? Como so what? Acho que é um grande passo pôr Cristo a ter grandes fodas com uma mulher, desculpa lá. Além disso, sendo filho de Deus (o que me parece sustentável com a ideia de que fornicou) deve ter sido a mais bela foda da história. E, se ainda por cima havia amor, dêem-nos esse evangelho.

Como diria alguém, benze-te Deus. (principalmente depois do orgasmo!)

 
At 16/6/06 11:44 da manhã, Blogger ana said...

:D

ok, não estava a pensar em coito divinal. desculpa! nesse caso "amem-se uns aos outros como eu vos amei" abrange toda a gama em que o amor se pode expressar. viva o amor, viva a sua expressão!

eu acho que existe um feminino e um masculino, como existe o preto e o branco no ying-yang, e que essa diferença é enriquecedora, bem como todas as tonalidades do cinzento. mas acho que existe diferença. mesmo entre homens e mulheres existe uma diferença que não é tão irrelevante quanto isso.

desculpa-me mas não consigo não citar o grande, com toda a sua politiquice incorrecta...

"O HOMEM É UMA MULHER QUE EM VEZ DE TER UMA CONA TEM UMA PICA, O QUE EM NADA PREJUDICA O NORMAL ANDAMENTO DAS COISAS E ACRESCENTA UM TIC DELICIOSO À DIVERSIDADE DA ESPÉCIE. MAS O HOMEM É UMA MULHER QUE NUNCA SE COMPORTOU COMO MULHER, E QUIS DIFERENCIAR-SE, FAZER CHIC, NÃO CONSEGUINDO COM ISSO SENÃO PRODUZIR MONSTRUOSIDADES COMO ESTA FAMOSA “CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL” SOB A QUAL SUFOCAMOS MAS QUE, FELIZMENTE, VAI DESAPARECER EM BREVE.

PELO CONTRÁRIO, A MULHER, QUE É UM HOMEM, SOUBE SEMPRE GUARDAR AS DISTÂNCIAS E NUNCA PRETENDEU SUBSTITUIR-SE À VIDA SISTEMATIZANDO PUERILIDADES COMO FILOSOFIA, AVIAÇÃO, CIÊNCIA, MÚSICA (SINFÓNICA), GUERRAS, ETC. ALGUNS PEDANTES QUE SE TOMAM LIBERTADORES DIZEM-NA “ESCRAVA DO HOMEM” E ELA RI ÀS ESCANCARAS, COM A SUA CONA, QUE É UM HOMEM.

DESDE O INICIO DOS TEMPOS, ANTES DA ROBOTSTÓNICA GREGA, OS ÚNICOS HOMENS-HOMENS QUE APARECERAM FORAM HOMENS-MEDICINA, OS HOMENS-XAMÃS (…) ESSES E AS AMAZONAS (SUPER-MULHERES-HOMENS). MAS UNS E OUTRAS ERAM DEMAIS DEMAIS. E DESDE O INICIO DOS TEMPOS QUE PENÉLOPE ESPERA O REGRESSO DE ULISSES. MAS O REGRESSO DE ULISSES É UM HOMEM QUE É UMA MULHER E A MULHER QUE É UMA MULHER QUE É UM HOMEM."

Mário Cesariny, O regresso de ulisses

 
At 16/6/06 11:52 da manhã, Blogger ana vicente said...

Ah e fizeste MUITO BEM em citá-lo, porque se calhar é isso mesmo.

Não disse que não havia feminino e masculino. Disse apenas que a distinção era difícil, porque os contornos não são claros. A diferença mais básica é a mais convencional e é essa que estranho, mas não repudio. De todo.

Pelo contrário, gosto muito da mulher ser mulher e do homem ser homem. Diria até que é o que mais gosto.

 

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