Acto falhado
Uns minutos antes de dormir, chama-me para brincar com ele. Digo ok e lá vou. Estamos a brincar ao jardim zoológico, pelo que me explica.
Ele - Tens de escolher um animal de dentro da caixa.
Eu - Um animal? Não posso escolher uma pessoa?
Ele - Aqui não está nenhum boneco que seja uma menina.
Eu (ai a merda! Posso ser um animal, mas não posso ser um homem? Serei mais parecida com o panda do que com o senhor de chapéu?) - Bom, está bem. Mas na brincadeira posso ser o que quiser, se até posso ser um animal. Sou este. (escolho o panda)
Ele - Ok!
Eu (reparando que há dois bonecos que são gajas, porque têm o cabelo mais comprido. Obviamente nunca poderiam ser meninos com o cabelo comprido) - Ei, espera! E essas? São meninas.
Ele (duvidando porque estão de calças) - Não, não são.
Eu (incorrendo no mesmo erro que ainda agora critiquei, mas que se lixe não quero ser um animal, mesmo um queriducho como o panda) - São, são. Não vês que têm o cabelo mais comprido?
Ele (completamente dominado pelos padrões. Parece que a socialização é um mal necessário, que diabo) - Ah, pois, tens razão. Ok, podes ser elas.
Eu (agarrando nas duas miúdas, exactamente iguais) - Elas são lésb... (de onde raio veio isto agora?) gémeas. São gémeas. São iguais. São gémeas! Gé-me-as. Eu disse gémeas, são gémeas.
Rio-me para dentro. Ponho-as de mão dada e continuamos a brincadeira como se nada fosse. A subversão de uma delas limita-se a puxar o hipopótamo pela cauda e fazer diabruras com os animais. A outra é uma certinha e, tal como imaginava, são realmente gémeas. Não há cá beijinhos para ninguém.
Etiquetas: orgulho, putos, vicentices
2 Comments:
;-)
mas ele já sabe o que são les... gémeas, não sabe?
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