Agora em versão ferrugem.
Liberdade, conforto e estilo. Um blog a favor de joelheiras e cotoveleiras, porque a protecção também é importante. Coçado, mas duradouro e com rendas nas bainhas.
porque começou a Primavera e porque ontem foi dia mundial da poesia.
"A pouco e pouco, aprendi que nenhum viajante vê o que outros viajantes, ao passarem pelos mesmos lugares, vêem. O olhar de cada um, sobre as coisas do mundo, é único, não se confunde com nenhum outro. Viajar, se não cura a melancolia, pelo menos, purifica. Afasta o espírito do que é supérfluo e inútil; e o corpo reencontra a harmonia perdida - entre o homem e a terra. O viajante aprendeu, assim, a cantar a terra, a noite e a luz, os astros, as águas e a treva, os peixes, os pássaros e as plantas. Aprendeu a nomear o mundo. Separou com uma linha de água o que nele havia de sedentário daquilo que era nómada; sabe que o homem não foi feito para ficar quieto. A sedentarização empobrece-o, seca-lhe o sangue, mata-lhe a alma - estagna o pensamento. Por tudo isto, o viajante escolheu o lado nómada da linha de água. Vive ali, e canta - sabendo que a vida não terá sido um abismo, se conseguir que o seu canto, ou estilhaços dele, o una de novo ao Universo.
Ana Vicente nasceu em Lisboa em 1977. É licenciada em Filosofia pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Dramaturga desde 1997, é autora do texto do espetáculo “Rua de Dentro”, pelo Teatro O Bando, nomeado para “Melhor Texto Português representado” dos Prémios Autores de 2011 da Sociedade Portuguesa de Autores.
Colaborou com diversos criadores e grupos de Teatro, entre os quais Gustavo Vicente, Miguel Moreira e Susana Vidal.
É autora do livro Eubarratubarramim, editado em 2003 pela Ponta, Associação Cultural com o apoio do IPLB, sendo a sua primeira obra de ficção publicada.
Escreveu o conto Erropção para o primeiro número da Revista Base, em 2005.
in_temporal_2012 é a sua primeira publicação online.
5 Comments:
que ela venha bem sorridente. saudades minhas e da alice
parabens ao menino doce! que bonito deve ser nascer com a primavera!
Os meus parabéns ao pequeno grande D. e que o seu cavalinho o leve em muitos passeios de sonho.
beijinhos.
porque começou a Primavera e porque ontem foi dia mundial da poesia.
"A pouco e pouco, aprendi que nenhum viajante vê o que outros viajantes, ao
passarem pelos mesmos lugares, vêem. O olhar de cada um, sobre as coisas do
mundo, é único, não se confunde com nenhum outro.
Viajar, se não cura a melancolia, pelo menos, purifica.
Afasta o espírito do que é supérfluo e inútil; e o corpo reencontra a
harmonia perdida - entre o homem e a terra.
O viajante aprendeu, assim, a cantar a terra, a noite e a luz, os astros, as
águas e a treva, os peixes, os pássaros e as plantas. Aprendeu a nomear o
mundo.
Separou com uma linha de água o que nele havia de sedentário daquilo que era
nómada; sabe que o homem não foi feito para ficar quieto. A sedentarização
empobrece-o, seca-lhe o sangue, mata-lhe a alma - estagna o pensamento.
Por tudo isto, o viajante escolheu o lado nómada da linha de água. Vive ali, e
canta - sabendo que a vida não terá sido um abismo, se conseguir que o seu
canto, ou estilhaços dele, o una de novo ao Universo.
Al Berto
in O Anjo Mudo
... vantagens em ser um pequeno viajante.
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