Inversão proporcional
À medida que eles crescem, os beijos vão sendo cada vez mais difíceis. Sacodem-nos para longe como prova da sua firmeza e independência. Há momentos, raros cada vez mais raros, em que eles nos puxam para um abraço mais forte e apertado. Esses são momentos de ouro, inestimáveis. No resto das ocasiões, frequentes cada vez mais frequentes, sempre que se quer dar um beijo, é necessário tornar esse acto numa brincadeira gigantesca. Só assim faz sentido estarmos a esganá-los com mimos.
A boa notícia é que, à medida que eles crescem, é cada vez mais difícil acordá-los. Começam a fazer ronha, a acumular preguiças, a terem mais noitadas. Ora, a boa notícia reside que, sendo mais difícil acordarem, é mais fácil dar-lhes beijos sem ser a esganá-los. Podemos ficar minutos seguidos a dar beijos repenicados como se de um bebé se tratasse. A sentir-lhe o cheirinho, o quentinho do pescoço, a adorá-lo simplesmente e sem chegas para lá.
E até suponho que seja um mais agradável acordar para ele, qual bela adormecida, mas na verdade, cá no fundo no fundo, sei que é principalmente um esplendoroso acordar para mim. E que aqueles beijos são um dos últimos redutos, secretos muito secretos, a que tenho direito.
2 Comments:
Bem,posto isto vou ali acumular beijos para futuras escapadelas.
;-)
xiiii, eu é que cravava beijos à minha mãe! pffff.
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