Sobre a saudade
“A saudade, no fundo, é uma sublimação do amor. Quanto mais longe está o objecto amado, maior se faz essa sublimação, já que ela é uma forma de se conviver com o tempo do corte, de curtir esse tempo.”
(…)
“A expressão «matar saudades» é terrível e bem grosseira, tem de ser logo à porrada que se tenta resolver a situação. Inventada pelos brasileiros seria diferente, qualquer coisa como «vamos curtir saudades». Que desagradável que é para o outro, ser ou objecto amado, dizer-se que queremos matar saudades dele. Somos foscos nestas formulações, estamos sempre mais à vontade no lusco-fusco.”
Fernando Lemos, entrevista publicada na Pública de 29 de Janeiro de 2006
3 Comments:
"eu não existo longe de você..."
e lá se vai o Fernando Lemos pelo cano.
Sim, a calcanhotto manda qualquer um pelo cano.
... e a saudade também.
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