sábado, janeiro 28, 2006

O meu lado woody allen strikes again

Não sei se é por causa da "alteração do equilíbrio oculomotor perto", mas tenho um problema com as curvas.

Faço uns parêntesis. Sou uma condutora nata, uma steffi graf da estrada, um portento na condução de cidade. Conheço os melhores caminhos, trato bem os peões e até às vezes os outros condutores. A primeira vez que pus as mãos no volante há mais de dez anos, no (não tão assim) saudoso Fiat Tempra dos meus pais no parque de estacionamento da praia de Manta Rota, o meu pai disse-me: "ou se nasce com isto ou não se nasce e tu tens o que é preciso". A minha instrutora de condução ensinou-me a enganar radares de controlo de velocidade e, na segunda circular, o outro instrutor esgotou as possibilidades de mudança de fila em menos de um minuto. Sou destemida, mas ainda assim prudente - respeito as regras no limite que me permitem. Tenho uma condução defensiva com camiões TIR e uma condução arrogante com os outros ligeiros da cidade. Pronto, acho que posso fechar parêntesis, já perceberam que sou boa condutora e que é um assunto que não podem abordar.

Mas, vá lá saber-se porquê, tenho um problema com as curvas. Não as de saída ou de entrada de auto-estrada, mas sim com as pequenas curvas de mudança de direcção na cidade de Lisboa. Subo constantemente passeios por simples falta de cálculo.

Bom. Hoje o dia até me estava a correr bem. Vinha do Chiado. Não há coisa mais bonita que o Chiado. Estava mesmo a chegar a casa e, numa curva para a minha rua, deu-se-me para aquilo. O carro saltou. A minha coluna fez ai, ai. Percebi que não tinha subido o passeio, mas sim um pilar de pedra. Não parei imediatamente. Parei à porta de casa e, quando me comecei a queixar ao meu irmão, acabado de chegar, do meu disparate, apontei para a roda. Pois que o pneu já estava a esvaziar, pois que a jante já estava bem, mas bem, debilitada - não havia dúvidas, tinha um pneu furado e eventualmente uma jante a deitar para o lixo. Olhei para o meu irmão, lembrando-me que ainda nem há dois meses tinha sido ele a mudar-me outro pneu furado, e insultei a minha inteligência. Graças a Deus que não tenho sempre furos quando estou com ele, mas felizmente ele está sempre por perto quando furo um pneu.

Agora, inesquecível será sempre aquela curva, tão simples de virar, tantas vezes contornada sem problemas. A minha cabeça não estava lá, isso eu sei, e o meu automático é demasiado totó.

3 Comments:

At 29/1/06 1:29 da manhã, Anonymous Anónimo said...

as curvas da graça e as cabeças fora de sitio andam de mãos dadas.

 
At 29/1/06 2:10 da tarde, Blogger paulo said...

eu sugeria comprares um jipe... assim destróis os pilares em vez das jantes...
:)

 
At 30/1/06 9:00 da manhã, Blogger ana said...

xiiiiiiiii!




(tá-me sp a acontecer!)

 

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