terça-feira, outubro 10, 2006

Face a face

Dos rostos vivos aos seus restos mortos, ficam uma dúzia de linhas que, embora não nos possam passar o essencial das suas vidas, dão-nos um vislumbre do que pode ter sido aquele momento de antecipação da morte. E é, ao mesmo tempo, inquietante e tranquilizante, se é que se pode utilizar aqui esta palavra.

Amor-te é uma exposição que está patente na Mãe d'Água, no Jardim das Amoreiras, em Lisboa, até 28 de Outubro. Ao visitá-la, estamos a apoiar a AMARA - Associação pela Dignidade na Vida e na Morte. Ao visitá-la, estaremos, provavelmente, a mexer num fundo qualquer que custa despertar.

Não tenho muito a dizer sobre a exposição, a não ser que é imperdível. E que o seu sentido, possivelmente o seu sentido mais assustador e verdadeiro, é o de a olharmos como um espelho. Um espelho que reflecte o mais certo que há em nós, o mais negro, o mais fundo e que, com sorte, poderemos olhar com paz.

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5 Comments:

At 11/10/06 9:09 da manhã, Blogger ana said...

e foi apaziguante ver que de facto há quem consiga olhar a morte com paz.

 
At 11/10/06 3:06 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Ana, conheces esta associação? sabes que tipo de apoio dá às famílias destes doentes? conheço uma família a precisar...

 
At 11/10/06 3:43 da tarde, Blogger ana vicente said...

eu não conheço a associação bem. Já tinha visto o site e interessou-me o facto de simplesmente prestarem apoio, sem falarem das questões políticas relacionadas. sei que dão aconselhamento e acompanhamento e têm livros publicados, acho.

Mas se clicares em cima da palavra AMARA no post vais dar ao site deles e lá têm bastante informação.
ou se preferires copia aqui http://www.amara-project.org

espero que ajude...

 
At 11/10/06 4:22 da tarde, Anonymous Anónimo said...

fui ao site deles antes de te perguntar, mas não percebi se davam apoio continuado às famílias, mesmo depois dos doentes morrerem (e é disso que se trata neste caso). mas vou passar a informação, obrigada.
ah, e já agora e ainda a propósito, pergunta por favor à mg se conhece algum/a terapeuta francês. calculo que seja difícil de encontrar por cá e não sei onde procurar...

 
At 11/10/06 11:46 da tarde, Anonymous Anónimo said...

...ainda esta semana deu uma entrevista a uma doente de cancro que dizia que queria ter direito a escolher...que não achava justo mandar-se para a frente dum comboio e estragar a vida ao maquinista só porque ela não quer sofrer em fase terminal e porque não lhe dão uma injecção de paz e de adeus a uma vida que lhe soube bem...

era bom ter escolha.
em tantas coisas importantes da vida era bom ter escolha. mais que bom era humano.

 

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