quinta-feira, setembro 21, 2006

Mudança de estação

A essência das quatro estações está na transição entre elas. O conceito meia estação é rico por isso. Não está calor, mas também não está assim tanto frio. Chove, mas sabemos que não será por muito tempo.

Hoje acordei com o som da chuva a bater na janela. Sorri, virei-me para o outro lado, meio incrédula, e voltei a adormecer. Mas o sorriso estava lá. Quando me levantei, o pátio parecia uma piscina. A roupa estendida estava encharcada, ficando ainda mais quando, ao tentar trazê-la para dentro, deixei cair o estendal (plof!) no meio da piscina. Desentope a piscina, quer dizer o pátio, e ala para o roupeiro olhar para a roupa de Inverno. Ai, a camisinha, que contentamento. Muita roupa desaparecida. Um dos mistérios das mudanças de estação é a roupa perdida...

Não há nada como o primeiro dia de chuva. O primeiro dia em que se percebe que definitivamente o verão acabou e podes esquecer o chinelo. É como o primeiro dia de praia. Não podes deixá-lo passar nem ficar a dormir.

O chapéu de chuva ficou no carro, obviamente. E 50 metros até ao veículo são suficientes para me encharcar dos pés à cabeça. Entro o mais rápido possível no carro, sacudo-me e continuo toda contente. Escapo ao trânsito, porque o meu caminho não tem filas nem é afectado pela greve do metro. Chego muito antes do que é normal, há imensos lugares. O sol não me tem feito levantar.

Esta chuva é purificadora, anuncia o começo de novos tempos. Esta chuva, a continuar, será objecto de saturação e, em duas horas, já não vou aguentá-la mais. Mas agora esta chuva é do melhor que há...

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2 Comments:

At 22/9/06 11:22 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Sabes que durante muito tempo criei uma alergia à mudança de estação? Era ver-me ficar sarapintada por todo o corpo, era alergia ao calor e ao frio...há uns anos que isso passou e acho que foi desde que comecei a trabalhar e a adorar as mudanças de estação. Duma certa forma é como que um presente, um empurrão à mudança, algo que alguém controla por nós e que é para nós. Como se nos dissessem o que fazermos da vida. E se gosto da minha independência também gosto de ser "mandada" de vez em quando, soltar-me qual criança enquanto alguém me eleva pelos braços e me faz delim dalão...

Bem vindo sejas Outono.

 
At 25/9/06 11:11 da manhã, Blogger ana said...

"Ai, a camisinha, que contentamento." ????

nao entendi...

ehehe
bom outono para ti tb

 

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