terça-feira, julho 04, 2006

O que acontece na véspera...

... é bem capaz de definir mais este país do que aquilo que acontecer amanhã. Ou talvez não. Talvez o que acontece na véspera e o que acontece no dia definam de igual modo o país.

Seremos vencedores, lutadores, orgulhosos, amanhã, aconteça o que acontecer. Supostamente até brilhantes.

Hoje resta-nos sentir vergonha por aquilo que aconteceu. Hoje, aconteça o que acontecer depois, somos tristes, derrotados, atrasados. Supostamente dentro da lei.

"O médico foi condenado em cúmulo jurídico a quatro anos e oito meses de prisão, com perdão de um ano; uma colaboradora do clínico foi condenada, por cumplicidade, a um ano e quatro meses de prisão, com pena suspensa por três anos; e três mulheres foram condenadas pelo crime de aborto a seis meses de prisão, com pena suspensa por dois anos."


Depois de amanhã, logo se vê o que seremos.

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3 Comments:

At 5/7/06 11:26 da manhã, Blogger ana said...

muito triste.

 
At 5/7/06 4:19 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Gentinha... não sou de falar mal do país assim "por dá cá aquela palha" mas isto deixa-me com tanta vergonha.

 
At 6/7/06 8:06 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Acho que só a homofobia e o racismo me conseguem pôr tão irritado como isto que aconteceu. Não faz sentido. Q país de merda é este? Hora de acordar.
Perdemos o jogo para grande pena de todos ( e minha também q ia chorando com futebol- facto inédito - mas tb já ia na terceira bohemia...), mas agora que começamos a aterrar é hora de acabar com isto.
Vamos aproveitar este Verão para mudar alguma coisa. Vamos falar com os nossos irmãos, amigos, tios-avós, canários, whatever. Vamos mostrar-lhes esta notícia que passou despercebida a muita gente, vamos passar palavra e dizer-lhes que vamos ter todos uma segunda oportunidade de mudar a borrada que fizemos há uns anos atrás. Vamos lançar a discussão com as pessoas mais improváveis, aquelas cujo voto pode valer os 0,5% que fazem a diferença.
Temos meses para mudar alguma coisa neste país.
Eu sou médico e não quero acabar atrás das grades. Mas o meu pensamento é livre, a minha boca também e as minhas mãos ainda mais e não vai ser nenhuma lei retrógrada e terceiro-mundista que me vai impedir de fazer o que eu acho que é certo.
V

 

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