terça-feira, dezembro 13, 2005

Estudo de quê?

Segundo um estudo, começam eles a dizer nesta notícia, o Governo pode fechar três das principais unidades hospitalares de Lisboa, S.José (uma das minhas melhores experiências na vida, a minha primeira tomada de soro), Desterro e Capuchos.

Razões? Não apresentam, não dizem, não sei. Mas parece que as pessoas que agora vão para esses hospitais passariam a ir para Loures e para a outra banda e para outros subúrbios - não estou a ver visitas à hora do almoço.

Mas o melhor vem a meio da notícia: o estudo está a ser feito pela Escola de Gestão do Porto. Qual é o problema? Não é ser escola - há boas ideias para salvar o mundo até na pré-primária. Nem é ser no Porto - uma visão distante só confere objectividade. O problema é mesmo a Gestão! Então são os gestores que agora dão conselhos sobre saúde e sociedade neste país? Terão os neo-liberais tomado conta disto? Ai senhores, ai, ai, espero que do estudo não saia nenhuma acção. Deixá-los ficar a pensar em números lá para cima.

Mas está tudo louco? Acabar com o S.José? Eles dão um ganda soro! Eu nem sei que diga... que disparate tão grande. Que estupidez!

5 Comments:

At 13/12/05 4:36 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Se os neo-liberais tivessem tomado conta disto, não haveria nenhuma notícia a dizer que o governo ia fechar qualquer hospital porque o estado não decidiria isso assim.

 
At 13/12/05 4:40 da tarde, Blogger ana vicente said...

Obrigada luís, por me mostrares que afinal ainda estamos longe desse inferno. Os neo-liberais, graças a deus, ainda não tomaram conta - valha-nos isso!

Então, pronto! Esses sujeitos que não fechem nada, porque eu tenho uma palavra a dizer.

Já referi que o S.José tem um soro bestial?

 
At 13/12/05 5:28 da tarde, Anonymous Anónimo said...

A pergunta é: em que sistema é que a tua opinião conta mais?

No sistema estatal em que votas de 4 em 4 anos num aglomerado de questões e cuja tua opinião é filtrada por grupos de interesse cujas recompensas não estão de modo algum relacionadas com o facto de tu, utente, estares ou não satizfeita ou num sistema privado em que podes ir-te embora quando estiveres insatisfeita?

Ou como dizia já-não-sei-quem: imagina que reclamas num restaurante que está a demorar muito a seres atendida e imagina que fazes o mesmo na repartição da segurança social. Onde é que é mais provável virem-te atender com um pedido de desculpas?

 
At 14/12/05 1:35 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Onde é que o teu dinheiro conta mais?

(e quanto mais, mais conta...)

 
At 14/12/05 2:30 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Boa pergunta: em que sistema é que o dinheiro conta mais?

Se responderes "no privado," eu respondo "prova-o" porque não me parece nada evidente.

Enquanto num sistema privado, o dinheiro que precisas para ter voz é pouco: um seguro de saúde é barato. É difícil de dizer quanto custa a saúde pública porque a segurança social te dá muitas coisas misturadas e não podes dizer "não pago", é-te imposto. De qualquer modo, arrisco a dizer que é tão caro como um plano de saúde. Por outro lado, no sistema publico, só quem tem muito dinheiro (associação farmácias, ordem dos médicos, farmacéuticas) ou ligações políticas é que tem voz, o cliente/utente não tem.

No geral, no mundo, os sistemas de saúde em que as pessoas são atendidas de modo igual são mais liberais (frança e holanda serão os melhores exemplos). Os super-estatistas (portugal, inglaterra e canadá, para nos mantermos no primeiro mundo) são mais super-desiguais visto que quem tem dinheiro usa as alternativas privadas ao seu dispôr (que no canadá quer dizer "atravessa a fronteira e vai aos hospitais americanos") e quem não tem, fica em lista de espera.

 

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