quarta-feira, janeiro 04, 2006

Trabalhar a diferença

Interessa-me mais a diferença, a diferença exteriorizada. Interessam-me mais as pessoas cuja noção de serem “diferentes” não é qualquer coisa que tentem esconder, antes algo com que tentam trabalhar.


Michael Cunningham, Entrevista Milfolhas, Público, 3 de Dezembro de 05

3 Comments:

At 4/1/06 11:48 da manhã, Blogger ana said...

não existe também a diferença criada, muito superficial e pouco genuína?

de resto, vivam as diferenças genuínas e exteriorizadas!

 
At 4/1/06 11:56 da manhã, Blogger ana vicente said...

Acho que não é a essa diferença que o cunningham se refere.
Mas compreendo o que queres dizer. No entanto, isso não é realmente uma diferença, mas antes uma estilização. Se quero ser diferente, o sentido perde-se.

Uma pessoa tem de querer ser o que é. E eu acredito que, se se for o que se é, ser-se-á sempre diferente, dentro da semelhança. É por isso que ele diz diferença exteriorizada - é uma espécie de diferença assumida. Diferentes todos somos, mesmo os que querem ser iguais. Assumi-lo para nós próprios e para os outros é já outra coisa.

Quando ele fala em "trabalhar" a diferença, acho particularmente bom, porque no fundo (assim o leio, pelo menos) o que nos está a dizer é que assumir a diferença, expressá-la, sê-la, dá trabalho.

É o trabalho de cada um.

de resto, viva viva!

 
At 4/1/06 12:14 da tarde, Blogger ana said...

tenho que confessar que eu, na minha habitual arrogância, tenho mais medo da banalidade do que da diferença.
deve ser de viver numa cidade grande, ver tanta gente por dia, tanta gente diferente (ah pois, quem anda de metro tem que levar com isto) faz-me sentir apenas mais uma.

mas depois passa-me, sossegai!

 

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