domingo, dezembro 31, 2006

ímpar

É suposto nesta altura escrever um post de boas vindas a 2007 e adeusinho 2006. Sinto que 2006 ainda me está a acontecer intensamente, talvez por que nunca vi esse 2007 na vida, e não sei se reúno as condições para escrever um post sentido de prosperidade. De qualquer modo, 'bora lá tentar o melhor.

2006 foi um ano de crise. Mas foi também um ano de muito amor, de muita ternura. Foi um ano de bebés maravilhosos a nascer e a crescer. De crianças extraordinárias cada vez mais na minha vida. Foi um ano em que os amigos continuaram a dar-me o seu amor e eu tentando retribuir o melhor que sei. Foi o ano da mais bela surpresa que me fizeram. Foi um ano intenso, tão intenso que teve de ser interrompido. Foi também um ano de morte, um ano de saudade.

Não há espaço para balanços quando ainda se está a balançar. Não há espaço para grandes decisões quando ainda se está em revolução. Há sempre espaço para desejos.

Por isso, para 2007, desejo que a terra se aplane de uma vez, ou um pouquinho mais. Que haja um caminho com um pouco mais de luz, com um pouco mais de paz. Desejo que ele apareça com o mesmo amor doce e terno...

Para vós, desejo o mesmo, com uma alegria intensa que paire sobre o vosso ano.

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sexta-feira, dezembro 22, 2006

Post de Natal

Um grande Natal para todos vocês, com prendas e filhoses, com surpresas e com repetições, com todos e mais o bacalhau. Com a família a crescer e com saudades que já não passam. Um Natal que já tenha começado e que acabe o mais tarde possível. Um Natal novo, que de novo aconteça.

Não há nada como o Natal. Aqui fica a minha música de Natal para vocês, que não é de Natal mas fala de anjos e eu gosto de anjos. Que o vosso vos proteja com amor.


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segunda-feira, dezembro 18, 2006

Um presente




Há um ano começava a escrever esta história a pensar no bebas. Neste aniversário, eu e o Bolila completámos o projecto. Espero que mãe e filho gostem.

E também todas as outras crianças maravilhosas que conheço, em especial uma que é um batatinha que me pede para contar 3 histórias a cada refeição e que, a partir desta, já me fez inventar a da ervilha do quintal e tenho encomendada ainda a história da cebola... ui catrabalheira.

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terça-feira, dezembro 12, 2006

Será que com um cigarro passa?

Às vezes tenho uma vontade incontrolável de abrir os meus braços, fazê-los esticar enormemente, abraçar o mundo mas principalmente abraçar-te a ti, e fazer tudo de uma só vez, de um trago só beber a vida...

Será talvez uma espécie de trip, mas é bem intenso.

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segunda-feira, dezembro 11, 2006

Merry Visa

Como não acreditar no Jesus se Seu, nosso Pai, Deus Nosso Senhor, criou um mundo em que existem cartões de crédito para comprar prendas de Natal? Uma mão lava a outra...

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domingo, dezembro 10, 2006

Numa conversa sobre vício

Diz-me o puto que todos os dias tem vontade de comer chocolate e que, se calhar, está viciado.

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quinta-feira, dezembro 07, 2006

Dia 4 non smoking*

Ao quarto dia, descobri o pânico de perder um prazer genuíno. Depois da experiência de enjôo real com o cigarro do dia
3, fiquei triste com a perspectiva de que eventualmente um cigarro nunca mais me iria saber bem na vida...

Por isso, feita tola, insisti, está claro. Toca de fumar 3 cigarros depois do jantar e ficar feliz da vida por saber que afinal nem tudo estava perdido. Ainda podia ter prazer em fumar.

Como é que uma pessoa que está a deixar de fumar fica triste por se enjoar e contente por ainda sentir prazer... ultrapassa-me. De facto, não percebo. De qualquer modo, dormi que nem um anjinho. E estou certa que continuo no bom caminho.


*E deixemos este assunto. Este é o último post sobre o deixar de fumar. Vou dando notícias.

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quarta-feira, dezembro 06, 2006

Dia 3 non smoking

Ao terceiro dia, voltei a mim. Basicamente foi isso que aconteceu. Continuei a sentir-me enjoada e meio tonta, mas já me senti dentro da minha pessoa. De facto, senti-me muito melhor, como gostei de dizer por aí. Até contei à Inácia que me prometeu uma rosa ao fim de uma semana.

Esse bem-estar (em comparação com os dois dias anteriores) deu-me uma falsa sensação de poder. É tão vã a mente humana, é claro. E, portanto, no fim do dia, sei lá porquê, puxei de um cigarro. Depois das duas primeiras passas "ai meu deus, isto é tão bom", decidi insistir e fumei o cigarro todo. Não podia ter feito melhor: fiquei tão enjoada que pensei que estava livre de uma vez.

Ao terceiro dia, voltei a mim e já pensava noutras coisas. Certo, certo, é que se nos dois primeiros estava agarrada à ideia de "o que eu quero é deixar de fumar, embora sinta que vá morrer sem a minha nicotina mais querida", ao terceiro dia, aproveito todas as situações para dizer "xiça, isso faz-me mesmo querer fumar um cigarro". Qualquer desculpa é boa. Não sucumbi mais do que uma vez, por isso o equilíbrio mantém-se. Estou a deixar de fumar, insisto.

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terça-feira, dezembro 05, 2006

Dia 2 non smoking

A coisa torna-se deveras uma experiência. Ao segundo dia, começam os enjôos e a última coisa que me passaria pela cabeça era que deixar de fumar tinha algo de nauseante. Mas, de facto, tem.
Acordo mal-disposta e a sensação perdura quase todo o dia. Mantém-se a ligeira tonteira geral, agravada em certos momentos com tonturas a sério.
É quase impossível trabalhar. Não tenho concentração para tanto, dói-me a cabeça. Tenho vontades repentinas de chorar, embora não me sinta triste.
Ao contrário do que pensava, digo a toda a gente que estou a deixar de fumar. É incontrolável. Não digo à Inácia, a senhora que há quase quatro anos me tenta desviar para o caminho do bem e me impedir de fumar. A ela não digo porque seria demasiada pressão. Também não digo nada ao puto, quando o vejo à noite.
Ainda durante o dia, sou confrontada com a possível estupidez de tudo isto. Por que não fazer as coisas de forma mais fácil? Com adesivos, comprimidos, qualquer coisa. Na verdade, não sei bem responder a essa pergunta. Mas algo em mim me diz que é mais que puro masoquismo. Atravessar isto deve ter um significado qualquer, mesmo que neste momento não o entenda e na verdade ache tudo um verdadeiro disparate, porque quase que perdi o norte em relação a isto. Na verdade, esqueci-me simplesmente porque estou a deixar de fumar. Mas confio que alguma razão deverei ter.
Dou uns bafos antes de sair do trabalho.
O serão passou-se razoavelmente bem, mas com a companhia do cachopo a coisa faz-se melhor. Depois de ele dormir, fico com a certeza que se tivesse tabaco em casa, um já ia. Aliás procuro-os, mas por sorte só tenho um charuto, quase branco de humidade. Olho para ele, mas não me considero assim tão mal para recorrer ao charuto. Ainda não.
Vou para a cama cheia de sono, por volta das onze. Às três ainda estou bem acordada. Não me sinto ansiosa, simplesmente não é possível dormir na segunda noite sem fumar. Estranhamente calma e resignada com a situação, vou bebendo água e esperando que o corpo se canse da situação. Adormeço finalmente, a única coisa que desejo desde que estou acordada é que estes dias de ressaca passem.

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segunda-feira, dezembro 04, 2006

Dia 1 non smoking

A manhã é feita da antecipação da ressaca. Interessa apenas resistir a não fumar, mas o corpo ainda não se manifesta.
Depois de almoço, começa a tonteira. A minha cabeça fica completamente nublada. E eu estou deslocada da minha própria presença. Não estou cá. Eu tenho a forma do cigarro por acender. Continuo tonta, parece que fumei um charro. Mas não fumei absolutamente nada e só consigo pensar "PORQUÊ? Por que raio hei-de deixar de fumar?". E fico básica, toda a complexidade da minha existência deixa de existir, estou aquém, estou em falta. A nicotina chama-me e eu não ouço mais nada. Penso durante todo o dia que se passar isto, passo tudo. Sinto-me dotada de um poder qualquer que me afasta de algo tão simples e fácil e acessível como fumar um cigarro. Mas não é um poder nada de especial. E que estranho é ser humana, mas suspender essa existência de ser inteligente e sensível para passar apenas a animal com carência de nicotina. Como durante o dia todo, a prima diz-me que mais vale engordar agora e deixar de fumar. Continuo a ver cigarros a voar. À noite tenho um jantar e, depois de ver a anfitriã fumar uns 6 cigarros, peço desesperada uma passa. Dou um bafo. Ao fim de dez anos, ainda não tive nenhum dia sem fumar. Um bafo que me deixa mais tranquila. Sempre que abro a boca é para falar de cigarros, tabaco, nicotina, prazer... Às 9 da noite estou cheia de sono. Quando me deito, penso que não foi assim tão mau, que até estou com soninho. Passados 5 minutos, fico completamente desperta e ansiosa. O corpo continua a pedir a única coisa que não pode ter...

Informo que enquanto esta desintoxicação durar, não vou escrever sobre mais nada. Já tentei e não vale a pena...

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